Sobre mim/ Meu propósito


Nasci em São Paulo capital e cresci no interior, mais precisamente - em Mogi Guaçu, SP. Meu pai, que "por um acaso" tinha o mesmo nome do protagonista de O Elo Forte - Pedro, decidiu não apenas se divorciar, como também abandonar totalmente sua família quando eu tinha apenas 3 anos de idade. Minha mãe trabalhou muito, dia e noite para criar sozinha minha irmã e eu da melhor maneira que pode. Ela havia aprendido a costurar praticamente desde sua infância, na oficina do pai dela, e foi essa a profissão e o talento que ela exerceu a vida toda, até poder se aposentar! 

Para os dias das mães e aniversários dela, eu sempre fazia um monte de cartinhas e até alguns livrinhos (he he, sempre gostei dessa coisa de inventar e escrever) e esses eram os "presentes" que ela ganhava. Mas mesmo antes de aprender a escrever, minha imaginação já rolava solta... quando eu era bem pequena, devia ter uns 4 ou 5 anos, minha melhor amiga era invisível. É isso mesmo, e ainda me lembro o nome dela - Arli! Nós batíamos longos papos e nos dávamos tão bem quanto a Lola com seu querido Soren Lorensen, conhecem?! Sei que as mães com filhos pequenos sabem do que estou falando! Rrsss

Talvez foi daí que surgiu a ideia dos pulsares, mas não posso afirmar com certeza, afinal, Estelar foi invenção da vida adulta, quando eu já começava a assimilar o peso de cada fato em meu histórico familiar.... Enquanto criança e adolescente, eu não sentia falta do que nunca tive - um pai. Só depois que dei início à minha própria família, é que fui me dar conta desse buraco imenso que a falta dele fez. E não falo apenas da falta de proteção física, da falta de estrutura financeira, ou da falta que ele fez por qualquer motivo material. Quando criei a história do Elo Forte, foi por perceber a falta emocional que ele fazia... a falta de apoio, de incentivo, de se ter alguém com quem se pode contar para um abraço, um elogio, um bom conselho ou simplesmente para viver momentos que poderiam ser transformados em boas lembranças algum dia. Infelizmente, ele foi aquele tipo de motivação contrária para mim.

No recém criado Projeto Raízes, procuro passar às crianças e jovens que participam, tanto a visão do que eles podem ser - independentemente das escolhas de seus pais, como também a inegável conexão que sua vida tem com aqueles que os antecederam na "corrida". A importância do conhecimento e da compreensão entre as gerações desperta o sentimento de pertença, que é algo muito valioso. Saber de onde/de quem viemos e sentir que fazemos parte de algo maior, completa nosso senso de identidade e muitas vezes, aumenta nossa capacidade de atingir o máximo potencial. A corrida de revezamento com bastões (que Jack usa no meio da história) ainda é minha comparação preferida para ilustrar a ideia da ligação existente entre pais & filhos. Em uma época na qual tantas pessoas perderam a noção da família tradicional como a instituição básica da sociedade, sou do time que prega a importância do que Deus estabeleceu...

Acredito que esse modelo - de pai e mãe que permanecem unidos e criam os filhos com amor, é o que traz maior felicidade e progresso para as pessoas e civilizações de um modo geral. É claro que existem exceções. Alguns casamentos realmente não têm como dar certo. Mas isso acontece especialmente quando um dos cônjuges não vive de acordo com os demais mandamentos e instruções do evangelho. Porque quando duas pessoas imperfeitas se esforçam para melhorar e viver em paz/união, sempre há conserto divino para os relacionamentos! Gosto muito de um pensamento de Mark A. Mathews (Professor na Brigham Young University): “Apenas porque nem todos atingem o ideal, não significa que devemos parar de considerar esse modelo ideal como o padrão a seguir”.

Enfim, como amo livros e filmes, em 2008 (casada há 5 anos, com 2 filhas e já morando em Curitiba/PR) decidi me aventurar nessa onda de escritora, na qual ainda tento me equilibrar há quase 9 anos... O propósito central permanece o mesmo: criar histórias capazes não apenas de entreter e distrair, mas também de tocar corações e inspirar boas decisões. Não é uma coisa simples porque cada dia contém só 24 horas e, como mãe de 3 filhas, eu acho que precisava de pelo menos 48 para dar conta de tudo! Mas sempre que possível, reservo um tempinho para esse hobby e paixão de escrever. E na verdade, o fato de ter pouco tempo disponível, é justamente o que mais me motiva, afinal, se eu não tivesse uma família tão amada para cuidar, de onde é que eu poderia tirar inspiração para criar qualquer coisa que valesse a pena?!